Manias de Amor
elisasantos
É chegada a hora.
Dezembro traz em si a aura de prestação de contas.
Nós nos lembramos do passado. E planejamos o futuro.
Do nascimento do Menino deixar fluir a energia.
É chegada a hora de renovar.
Enviar para a restauração a cristaleira da vovó.
Devo conservá-la. É jóia antiga da família. Está impregnada de lembranças.
Sei que vale muito mais que qualquer orçamento.
Durante muitos anos obedeci a um ritual.
No último mês do ano, dizia, é chegada a hora.
Verificava a lista. Dez itens.
Eram os meus sonhos de consumo.
Há muito retirei os bens materiais.
Pouco tenho. Não quero muito mais.
Então verifiquei que o primeiro lugar permanece o mesmo.
Inalterável através dos tempos. Amigos.
Para alguém que se julga auto-suficiente.
Para alguém que não abre mão da própria solidão, que se alimenta do silêncio.
Que adora uma interminável conversa consigo mesma...
Às vezes penso que sou um caso perdido. Um bicho do mato.
Mas devo reconhecer que tenho feito progressos.
Neste dezembro, lembro-me das amizades que nos últimos anos cativei.
Os nomes chegam de mansinho.
Acariciam o coração. Emocionam a alma. E me fazem feliz.
Um único toque para que a identificação apareça.
Dizer obrigada. Pedir desculpas.
Custa um pouquinho. Aceitá-las. Isso é mais difícil.
Confessar que ama. Amo você, sabia? Assim, simplesmente.
Só pra ouvir a confirmação do outro lado.
Só pra trazer de volta a energia recíproca que sabemos ser verdadeira.
Porque amigos nada mais são que ondas luminosas. Podem ser sonoras.
Silenciosas. Mas sempre presentes. Amigos são distâncias que não separam.
Diria que pratico um egoísmo descarado.
Na verdade, o meu único objetivo é iluminar-me por dentro.
Quero refletir luz. A minha luz.
No profundo respeito ao tempo e ao fluxo natural da vida.
Para isso, conto com os amigos.
Eles são uma espécie de termômetro. Bússola.
Certeza. Através deles, verifico o desenvolvimento do meu espírito.
Estou no caminho certo ou preciso alterar a rota?
É chegada a hora. Devo desapegar-me. Abrir o meu interior. Vasculhar.
Libertar-me de tudo aquilo que me faz mal.
Sentimentos negativos que nada acrescentam.
É preciso eliminar o ranço. Limpar.
Deixar fluir a energia. Liberar os espaços.
É chegada a hora.
Devo apegar-me. A eles. E elas. Manias de amor.
Amigos.
elisasantos
elisasantos
É chegada a hora.
Dezembro traz em si a aura de prestação de contas.
Nós nos lembramos do passado. E planejamos o futuro.
Do nascimento do Menino deixar fluir a energia.
É chegada a hora de renovar.
Enviar para a restauração a cristaleira da vovó.
Devo conservá-la. É jóia antiga da família. Está impregnada de lembranças.
Sei que vale muito mais que qualquer orçamento.
Durante muitos anos obedeci a um ritual.
No último mês do ano, dizia, é chegada a hora.
Verificava a lista. Dez itens.
Eram os meus sonhos de consumo.
Há muito retirei os bens materiais.
Pouco tenho. Não quero muito mais.
Então verifiquei que o primeiro lugar permanece o mesmo.
Inalterável através dos tempos. Amigos.
Para alguém que se julga auto-suficiente.
Para alguém que não abre mão da própria solidão, que se alimenta do silêncio.
Que adora uma interminável conversa consigo mesma...
Às vezes penso que sou um caso perdido. Um bicho do mato.
Mas devo reconhecer que tenho feito progressos.
Neste dezembro, lembro-me das amizades que nos últimos anos cativei.
Os nomes chegam de mansinho.
Acariciam o coração. Emocionam a alma. E me fazem feliz.
Um único toque para que a identificação apareça.
Dizer obrigada. Pedir desculpas.
Custa um pouquinho. Aceitá-las. Isso é mais difícil.
Confessar que ama. Amo você, sabia? Assim, simplesmente.
Só pra ouvir a confirmação do outro lado.
Só pra trazer de volta a energia recíproca que sabemos ser verdadeira.
Porque amigos nada mais são que ondas luminosas. Podem ser sonoras.
Silenciosas. Mas sempre presentes. Amigos são distâncias que não separam.
Diria que pratico um egoísmo descarado.
Na verdade, o meu único objetivo é iluminar-me por dentro.
Quero refletir luz. A minha luz.
No profundo respeito ao tempo e ao fluxo natural da vida.
Para isso, conto com os amigos.
Eles são uma espécie de termômetro. Bússola.
Certeza. Através deles, verifico o desenvolvimento do meu espírito.
Estou no caminho certo ou preciso alterar a rota?
É chegada a hora. Devo desapegar-me. Abrir o meu interior. Vasculhar.
Libertar-me de tudo aquilo que me faz mal.
Sentimentos negativos que nada acrescentam.
É preciso eliminar o ranço. Limpar.
Deixar fluir a energia. Liberar os espaços.
É chegada a hora.
Devo apegar-me. A eles. E elas. Manias de amor.
Amigos.
elisasantos
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