“ANIMAL” Marcos Sergio T. Lopes

“ANIMAL”

Mente engendrada em inóspitos caminhos
Numa doença plena
Carregada de planos arquitetados e ardilosos
Nos seus pensamentos cheios de crueldade.
Parece tomado por uma força do mal
Que lhe come a alma
E incita os atos pavorosos e pecaminosos.
Toma-se de volúpia profunda
Desejos miseráveis que lhe assola
Queimando seu corpo
Ardendo suas entranhas
Numa sede de sentir a dor dos outros.
Sai pela noite, embrutecido,
Sedento de violência que lhe cobre
Com uma armadura totalmente nefasta.
Anda de forma nervosa e inquietante
Vozes que gritam em seu ouvido
Deixando-o totalmente desvairado.
Seus olhos correm pela noite
A procura da presa exata para matar sua sede
As mãos, trêmulas, imploram por esse ato
Enquanto de sua escorre tamanha baba
Tal qual fera demoníaca
Que agita seu corpo que já não lhe pertence.
Procura pelos becos mal cheirosos
Trazendo consigo toda trama
Para sua ferocidade.
Selvageria que se avoluma
Consome cada um dos seus pedaços
No suor escorrido em bicas.
Avista sua presa
Toma-a num só golpe
Consumindo-a de forma voraz
Na loucura doentia que lhe cega
E que se nega a ouvir os gritos desesperados.
Tem sede de sentir o cheiro de sangue
Abate a vitima como um animal
Lavando-se no liquido do agredido.
Seu corpo se tinge de corpo vermelha
Enquanto foge para sua toca
Com sua fome alimentada.
Leva em suas costas mais uma alma
Dentre tantas já vilipendiadas.
Sua mente assassina tem agora um orgasmo
Diante do massacre.
Está em paz agora!
Nenhuma voz...
Dormirá por horas
Até quando a fera crescer novamente dentro de si
Jogando-o nas ruas
Para mais uma atrocidade.


Marcos Sergio T. Lopes – 16/04/2008